terça-feira, 23 de março de 2010

Introspecto Mascarado, não mais.

Hoje se faz um mes que estou morando com o meu pai e distante em todos os sentidos da minha mãe. Esta falta que sinto me é tão útil, pra pelo menos descobrir que ainda não estou morta, e que sinto, posso sentir, na alma.
Estes momentos da nossa vida que não se consegue encontrar palavras pra definir o sentimento, ou a ausência dele. Como poderia eu pensar que o que um mero ser humano definiu com regras linguísticas poderia explicar algo sublime da sua alma?
A cada dia que se passa, eu observo mais carencia nas pessoas. De todos os tipos, da variedade que voce puder pensar em encontrar.
Mesmo que todo esse tempo tenha passado, continuei com as mesmas dúvidas sobre o ser humano. Houveram as épocas em que tudo pareceu mais simples, mas de repente tudo se comporta de maneira estranha, e abraço uma dúvida novamente.
A Carência das pessoas é obviamente pelo seu semelhante, a fim de nao se ver sozinho e isolado do resto de seus relativos seres. Dois artistas plásticos são mais felizes que um sozinho, principalmente por que um responde o outro, que, por sua vez, denota outra pergunta, e o final de tudo isso resulta em uma esplendorosa obra de arte; o ápice da razão, o âmago da sensibilidade, a essencia da pulsação: o sentido de estar vivo.
Grandes seres humanos são aqueles que podem amar o que podem tocar com semelhante facilidade. Seja como for que se apresente, todos os seres vivos, animados ou inanimados, lhes são alvos de admiração, e contemplam tudo o que podem ver de forma extremamente oposta (interior) em si mesmos. Desta forma, um ser humano como Dalai Lama vive sua vida como Deus planejou a cada um que lhe deu a oportunidade de nascer.
Deus.
Quando ao falar de Deus minha mente me leva às estrelas, ao fundo negro e absoluto por detrás delas. As cores de beleza sutil de uma floresta, úmida da primavera. Os pequenos insetos atentos a sua presença, curiosos com sua dimensão e contentes por serem encontrados. Deus também é o valor que damos às mais pequenas criaturas. Se salvamos um inseto, um cavalo ou elefante de sua morte, é Deus que agradece dentro do teu peito quando vem aquele sentimento de paz e bem estar. É o presente de valor incalculável que você obtém cada vez que faz o bem.
Apreciamos hoje pois um enxame de abelhas de uma espécie diferente, pequena, que se colocou junto ao toldo da edícula da minha casa. São tantas, e organizadas; produzem a história de suas vidas em prol de sua companhia, ao bem de seu próximo. Se tão pequenas elas já são grandes o suficiente para respeitar e amar aos semelhantes, qual será nossa dimensão? E, por quê, mesmo assim, ainda cultivamos tanto ódio e indiferença?
Não permitam ser canibais da própria alma, escavadores para própria felicidade. Somos nós mesmos que enterramos nossa alma ao passar o tempo. A solução é não é olhar sua vida. Observar, sim, adentro de suas entranhas, envolto aos teus ossos e artérias, cravado em sua superfície interna, povoa teu cérebro, teus três cérebros, e predomina ao lado direito. Você é vivo, não por que possue 5% de seu peso em sangue que te nutre de vida, e sim por que considera tudo isso um milagre.
MILAGRE, com todas as letras, somos nós.
Pecadores na Igreja católica, mas humanos na vida. Errantes, com orgulho. Provando que somos limitados, serenos ou gritantes, muitas vezes, com razão por sermos Únicos. Independente de qual o tipo de deus em ti pra te julgar, jamais julgue a ti mesmo. Orgulha-te, SER HUMANO, por ser errante e assim ter tua oportunidade de crescer intelectualmente, e tornar-te sensível.
É nosso interior que julga beleza em uma música clássica, em uma pintura e a faz tornar-se famosa. São nossos conceitos que julgam os conceitos dos outros, e somos somados uns aos outros e nunca tão impossível viver sozinho. Deixa assim a oportunidade de estar sozinho apenas em teu leito de morte.
Ainda que sozinha fisicamente, impossível é viver longe dos meus amores.
Amores de todas as formas, tudo o que é natural nesse mundo,
e aos de meu sangue, meu amor também será fiel.