domingo, 17 de maio de 2009

Felicidade?

Entre tantas coisas que se há para dizer, parece que a certeza vem depois que tanto sofremos, tanto choramos. Isto significa que dentre todos os assuntos do mundo, nada é tão significante ou importante quando falar do nosso sentimento... o que somos, tão nobres, a partir de nossos sentimentos. Mesmo que perceber que você está sozinho de verdade te traga a pior dor do mundo, te fazendo acreditar que seria melhor o corte de uma navalha sobre suas pernas, nada mais poderia te fazer mais nobre do que isto lhe faz; invista a quantidade de dinheiro que for, mas garanta que o resultado tocará tão profundamente sua alma quando um sonho quebrado, um amor perdido. Talvez eu realmente espere demais das pessoas.
A cada ano que se passa me vejo mais perdida, cada vez menos vejo a fantasia nos sonhos, estou me assistindo cair no mundo dos humanos, e meu sonho era o oposto. De repente eu começo a gostar das musicas tristes, a tristeza que me alegra por dentro. Não sei a que lugar estou, quais são as cores que vejo... sei que nada é colorido, e eu nunca gostei de cinza, mas acho que gostei de ver a neve cair... todos precisam de um inverno; eu quero sentir frio.
Talvez eu queira sentir frio por que estou me habituando ao sofrimento, que somente ele agora me traz boas notícias, me traz conhecimento. O que eu sei é que as pessoas vêem o mundo de uma forma muito irracional. Ninguém percebe como estamos vegetando, fingindo que essa mesmice se chama viver. O que é viver?
Eu não sei mais nada, e não queria saber, para que fosse mais fácil viver como todos vivem. Mas o problema é que eu choro todos os dias, por nada saber. Quem sou eu e onde estou, onde está todo o amor que necessito, que choro a sua falta? Onde está meu amor? Todas as noites eu pergunto as estrelas se ele as está olhando também. Elas brilham, apaixonadas.
Me pergunto se essa solidão seria uma fase, é quase óbvio. Mas eu quero continuar chorando pelo meu sentimento, quanto deito e espero as lágrimas virem, com a música clássica que parece ser a trilha sonora da minha infância. Tudo era tão mais fácil, mas tão menos significante. Quantas pessoas realmente faziam a diferença? Quantos aniversários de outras pessoas nós poderíamos lembrar de ligar e desejar felicidade? Saberíamos o que é a felicidade? Talvez seja por não saber que éramos felizes.
Hoje aprendemos a usar o dinheiro, e degolar a simplicidade.
Cair de cabeça a um abismo, e a felicidade nós deixamos no ponto de onde nos jogamos. O tempo de vida é o ponto de partida até colidir ao solo. Enquanto cedo, poderíamos nos agarrar nos galhos que estão próximos a beira do precipício. Mas ninguém lembra, nem quer voltar atrás. Só percebem quando estão a um centímetro de colidir ao solo, e não há mais tempo nem para olhar para a felicidade, que te observa La de cima, abandonada.
Estaria abandonando minha felicidade por que estou gostando de sofrer? Estaria sendo feliz, se meu sofrimento está me trazendo o conhecimento da vida? O quê sou eu, afinal? Quem sou? Estarei sendo um “quem” propriamente dito, ou “o quê”? me sinto como uma coisa em momentos de solidão, só não a sou porque se sinto dor em meu coração é por que tenho um.
Tudo isto seria um apelo, se não estivesse demonstrando que quero te ensinar. Pode ser que te assuste com a semelhança de depressão... mas se for, quero que todos no mundo sofram de depressão. O mal do mundo é ter medo de pensar, não saber pensar e nem mesmo querer. Qual é a sua? O que queres?
Se é pensar, prepara-te. Você vai chorar muito. E não existe coisa melhor, sendo o preço tão caro. O dinheiro é a moeda dos irracionais... eu quero saber pagar por tudo que entre no paraíso.


Paula Morais