terça-feira, 12 de janeiro de 2010

2010 - REdescobrindo o Amor

Nos meus tempos de escola, ainda uma pequena indiazinha, adorava quando uma caneta (que eu levava pra aula sem permissão) estragava. Adorava saber sobre o seu engenho, ainda que jamais tenha entendido como aquele líquido colorido se transformava em tantas palavras. Mesmo que em minhas mãos tantas canetas estouraram, eu jamais cansei de responder por esses desafios dentro da escola.
Em 2010, eu não sou mais uma criança, e a dificuldade já não é mais uma caneta com defeito.

Vivendo a vida como é para ser vivida, ainda encontro muitas vezes dificuldades; assuntos que machucam meu ego e meu coração (ou a parte do meu cérebro que sente culpa ou saudade).
Mas, apesar de tantas as mudanças, ainda existe em mim aquela pequena menina que adorava lidar com o problema: caneta. Mesmo que não fosse isso que ela adorava, sendo o próprio prazer de se ver tendo conseguido solucionar um problema de sua, até então, vida.
Ontem eu fiz 21 anos, e hoje eu pouco uso a caneta.
Nestes tempos, devemos saber usar todos os dedos pra digitar grandes textos. Talvez não aprendemos tanto quanto aprendíamos antigamente, tendo que tornear letra por letra de um determinado assunto.
Mas, ainda, é o orgulho mundial esse tal desenvolvimento.
As crianças da escola com certeza vêem menos brilho e magia em um computador como eu via antigamente nas aulas de informática. Provavelmente por que tenham mais aulas com o computador do que eu tive, e, diferente do meu tempo de infância, hoje é cafona aquele que não tem uma máquina em casa.

Como sempre, eu, nostalgia. Mas o fato é certo: para mim, pelo menos, foi melhor.
É mania todos acreditarem que sua infância foi melhor do que a dos próximos? E aquela velha frase “ah! Se eles vivessem a minha infância...”

Mas, todas essas preliminares, para lhes dar uma boa notícia.
Enquanto me maquiava a alguns dias atrás, escutei em segundo plano algo que me trouxe luz, vindo da televisão. E ali mesmo relembrei a minha infância novamente, mas vista de uma perspectiva um tanto quanto negativa.
Na minha infância, pouco me lembro de ter visto repercutir propagandas que auxiliam a consciência ecológica. Se me disserem que a Amazônia estava menos pior, ou a camada de Ozônio, direi para não exagerar. É impossível que tenhamos entrado em Colapso em apenas 10 anos. Claro, muita coisa piorou, mas naqueles tempos já estavam muito ruins.
O que quero dizer é que nesse tempo que passou, não apenas coisas vazias foram somadas ao nosso cotidiano, mas também foram descobertos e ressaltados assuntos importantíssimos a nossa sobrevivência.
Os comerciais na mídia transformam o ato de ajudar a natureza e os animais em algo extremamente importante e bonito aos olhos. A mídia Esclarece a beleza das nossas cores, o nosso verde, o colorido de nossos bichos.
Nunca mais esquecerei o dia que percebi o estado de calamidade mundial, quando vi aquela propaganda do Green Peace, a trilha sonora de “My Way”.

Este ano aprendi a amar meu Brasil estudando um pouco sobre a história do Samba e da Bossa Nova. Esse momento de luz voltou o meu olhar ao país que moro, a visão de Jorge Ben, um país tropical ABENÇOADO por Deus.
Ainda que nossa população não seja, em sua totalidade, de alma abençoada, descobri que existe muita gente envolvida com essa paixão pelo Brasil enquanto estudava sobre nossa história.

A minha raça, a da pequena indiazinha que gostava de consertar canetas na escola, foi soterrada na região de Salvador, quando, há 500 anos, uma nova raça veio dominar minha terra paradisíaca.
Eu tinha certo preconceito com os Negros quando conversava pela internet com algum americano que deixava claro a visão que se tinha sobre o meu país: O carnaval do negro e o futebol do Pelé. Não por serem negros, mas por terem tomado a cara do meu Brasil, enquanto os verdadeiros herdeiros destes lados eram de minha árvore genealógica.
O estudo, como sempre, O SABER, me trouxe luz.
Ainda considero o Índio com a cara do Brasil, mas houvera espaço também ao Samba e a tão querida a mim, a Bossa Nova.
Tanta cultura guarda esse país.
O lado bonito da nossa história deveria animar toda essa gente a salvar não só o nosso pedaço de terra, e sim formar uma corrente do bem e salvar o planeta em decadência humana e física.

É humano ajudar os animais, e logicamente Bonito.
A parte da mídia que insinua a todo o ser humano de salvar o que é patrimônio nosso é bonita.
Voltando olhares para o comércio da Música, está se vendo o abaixo à musicas sem sentido do Funk; movimentos que inibem as letras de canções sem fundamentos e razões. No Rio de Janeiro, indivíduos da favela têm gostado de Bossa Nova; existem grupos de estudo que vangloriam Tom Jobim e João Gilberto. E isso, para mim, é um sucesso. Gente que há pouco tempo estava perdido em bailes funk ao uso de drogas, hoje estuda a calmaria do mar visto por grandes compositores e intérpretes do nosso país.
Não acho errado o Funk, a cultura é maravilhosa, quando carregada de bons princípios, e envolta de estudos a fundo.

Retornando à Mídia, quando vejo uma rede de televisão presente a locais de catástrofe natural, não os julgo por usar da tristeza dos outros, como fim lucrativo. Obviamente, muito de lucra, mas não apenas materialmente.
Muitas pessoas de altas classes sociais têm observado o diagnóstico de nossas terras, e aberto as mãos a ONGs nacionais a fim de auxiliar em grandes movimentos como o resgate de aves feridas vítimas de contrabando ou a preservação de espécies na Amazônia, ou até a simples coleta correta de lixo.
Não é necessário que se tenha dinheiro para separar bem o seu lixo, e sua bondade para com o mundo começa dentro da sua casa.
É o que também observamos pelas revistas e jornais. Algumas marcas têm investido em livros educacionais sobre o meio ambiente, dando dicas simples sobre a coleta de lixo e o uso correto da água.
O nosso bem natural está, em sua totalidade, ameaçado. A água, o solo, os animais, o ar, a atmosfera, o ser humano. O ser humano vem apresentando doenças antigamente vistas, porém em tempos modernos extintas.
Hoje temos um mal hábito na alimentação, mas a mídia também dos dá dicas de como de alimentar bem, seja no inverno, verão, primavera ou outono.

Não há dúvidas de que, mesmo que lentamente, estejamos melhorando. Há alguns anos atrás, eu tinha muito medo de trazer à vida uma criança. Estamos em nível crítico, como há muitos anos atrás, mas hoje a informação que nos é dada nos assusta, ao mesmo tempo que nos instiga para transformarmos a teoria de melhorar o mundo em uma força em sua prática.
O que, para muitos, vem sendo insignificante, a mudança para mim é enorme nestes poucos anos.
As escolas têm reformado seu ensino, como também faculdades.
A música, a arte.
Talvez todas essas mudanças por que o próprio ser humano está se percebendo humano, e não como apenas uma maquina de produzir dinheiro e sucesso.
O ser humano vem, cada vez mais, buscando o significado de se estar vivo. Busca até em seu próximo muito mais do que aparências.
Vejo no meu circulo de amizades. As pessoas mais simples e encantadoras estão completamente felizes namorando, ou casando com pessoas tão especiais quanto elas, e, as mais bonitas e bem vestidas estão sozinhas, e afirmam que por opção. Mas quem optaria pela solidão se AMAR é o melhor sentimento de todos?

Até o ultimo dia de 2009, aprendi muito sobre o Amor. Quando jovens acreditamos que o amor seja cinematográfico e perfeito. Entre sorrisos e risos, paixões ardentes e sol de verão.
Mas amor não é isso. Amor, é muito mais do que isso.
Sabe por que o Amor é o único sentimento que une duas pessoas pro resto de suas vidas? Por que você só ama quando enfrenta dificuldade do outro, e quem ama na dificuldade jamais verá um sentimento se acabar.
E isso não é valido apenas para duas pessoas, em seu relacionamento. É válido para com os animais; o Planeta.



Eu assumi Amor pelo meu País, pelos meus animais, não apenas os daqui. Assumi, pois vi que foi na dificuldade do meu planeta terra que descobri o quanto meu coração pede pra ajudar.

Observei tudo afora, e eu mesma.
Da mesma forma que o planeta está mudando, mesmo que imperceptível, eu também estou mudando.
Isso pode se chamar amadurecimento, pois afinal hoje é meu primeiro dia com 21 anos.
Mas, eu acredito que estou finalmente conhecendo o que se chama vida.

Eu passei a acreditar na felicidade, voltei a acreditar que eu ainda tenho sonhos e quero viver amanha para realizá-los. E sim, o Amanhã existe sim. Passei muito tempo explicando pra todo mundo que o amanha não existe, e quantos sonhos devo ter destruído, assim como fiz aos meus.
MAS NÃO, O AMANHA EXISTE SIM, E FAÇA PLANOS.
Alimente esperanças, queira acordar no dia de amanhã mais feliz, mais satisfeito, alegre, rico, ou seja, o que for que te deixe mais feliz.

Aprendi que não é bom se sentir maior do que os outros. Mais inteligente, mais poderoso ou mais bonito. O sentimento de orgulho só te afasta das outras pessoas e te prende sozinho em uma jaula que impossibilita o acesso até você a todas as pessoas que querem se aproximar. Te tira amigos e companheiros. Te rouba toda a alegria de viver.

Aprendi que ser simples, mesmo que ainda use batom e se perfume, só atrai risos e sorrisos, a medida que atrai também gente da mais boa intenção.
Aprendi também que família é uma só, e que você deve os amar mesmo que eles te puxem a orelha quando você espera apenas um abraço; pois querer o teu bem não é apenas confirmar o que você faz, por que boa parte do que fazemos enquanto jovens não é para o nosso bem eterno.
E sobre amar, descobri que apenas uma pessoa em sua vida inteira te fará sorrir sem motivos, e também chorar de soluçar, sem motivos. Que o amor não é colorido todo o dia. É como a natureza, o clima. Existem dias de chuva, dias coloridos de sol. Ainda existem as estações, mas acredite em todas elas existe uma beleza especial.
O amor não se deve descartar. Afinal, é como faz um fotógrafo. Existe aquele que vê o por do sol do domingo, esplendoroso, e não tira sua máquina da gaveta por que acredita na segunda-feira. Quando o dia amanhece, a chuva esconde o sol, e o por do sol, nas cores do domingo, nunca mais existirão em sua realidade. E o outro fotógrafo tudo o que existe de belo a ele, se é fotografado, sem jamais deixar a beleza dos dias passarem no esquecimento. E se a chuva aparecer, aprender então a ver a beleza nela. Mesmo que esconda o sol, a lavoura ela alimenta, as ruas ela lava, e trás milagres ao nosso planeta.

2009 Jamais será esquecido.
2010 será o ano para o Ser Humano continuar a crescer.

Agradeço aos amigos,
Paula Morais