segunda-feira, 30 de novembro de 2009

William Hearst por Orson Welles

William Randolph Hearst
O Magnata

“Nunca deixou de ser essência, mas Seu dinheiro não o fez ser menos cego do que qualquer pessoa, em qualquer nível social, diante do capital. Tanto que, ao final da vida, retornou ao zero dela.”

O filme “Cidadão Kane”, diante a quem interpreta, foi tal ultraje que teve passado por diversas vezes ao perigo de ser destruído. Primeiramente por um Órgão, um ser humano que foi o semelhante a todo um órgão público; Willian Randolph Hearst.
Uma quinquilharia de bens, selecionados por gosto de si, ou gosto pelo simples “Poder”, seriam a coleção de prazeres de Hearst. Obras de Arte, principalmente esculturas. O mármore era madeira, os pilares eram apenas pequenos enfeites, ouro e outras preciosidades eram o conceito de Comum.
Filho pequeno, rico por direito, não passava vontades em frente ao sorvete, ao que se dizia o bom para uma criança. Tudo lhe era digno de desejar, e sua mãe vivia para instigá-lo. Filho de dono de uma Mina, era o menino que poderia a tudo escolher se quisesse. Assim cresceu, mas algo ficou para trás, na simplicidade da infância.
O documentário e o filme, simplifico, mostram um homem perdido entre aparentes motivos que o preencham. Um mundo vazio, ao mesmo tempo em que tão cheio. Willian Hearst foi um homem que seguiu a vida da maneira em que ela se apresentou, e foi facilmente manipulado pelos desejos superficiais que ela causou. Tinha seu jornal como ramo principal. Tentou carreira política.
Nesta tentativa ele começou a notar quem ele era. Uma sombra. Hearst nunca deixaria de ser quem apenas a entreter os leitores, um homem oculto detrás de folhas livres de jornal. Ganharia sua fortuna sim, mas em clausura. Sua imagem não era amada, seu Dinheiro que era respeitado.
Não possuía grandiosos amigos, pois vivia afoito, amizade era a de seus bens. Admiração era por sua grande mansão, o império ao topo das montanhas de Hollywood. Afloravam assim mais e mais bens materiais, quando tudo o que ele sempre teve em mente foi um carrinho simplório, de madeira. Rosebud.
Diplomático, talvez. Talvez sábio demais ou inocente. William Hearst dedicou uma vida mais às vontades da sua razão e praticidade do que a profundidade de sua alma, o seu coração, que veio a tona momentos antes de enxergar a foice da morte.
Cidadão Kane
O Filme e Documentário
A fotografia do filme seria perfeita se não a ausência de cores a fim de causar mais ainda o sensacionalismo. Um filme; admito o que Welles e sua equipe afirmam; quarenta anos avançados a sua época, transcende o Mágico de Oz em carga lógica e racional, verdadeiramente considerável.
Às primeiras imagens do longa-metragem, o expectador é influenciado por uma atmosfera de suspense. A imagem de um mausoléu de luxo.
Próximas Imagens. O Filme mostra-se como um documentário e dá a idéia de que transcorrerá da mesma forma até que se acabe. Podemos observar neste início a apresentação de quase todos os atores e coadjuvantes, além de uma prévia da turbulência chamada “Cidadão Kane”.
Mostra-se a todos os momentos a luxúria, o Comprar e o mais querer. Ao longo do filme, depósito de bens, e o depósito da ambição: a cabeça, mente de Kane, imagem figurativa do verdadeiro William Hearst.
O documentário revela as entranhas do mundo possessivo de um homem perdido num labirinto que se faz a pequena estrada entre montanhas de bens.
Esposas são colecionadas. Talvez, paixões. Hearst foi apaixonado. Vi, sim, em sua alegria depois de sua última companheira Marion Davies. Mesmo que a impulsionado a fazer o que nem sempre queria (cantar) houve então o momento de compreensão. Nasce ao mesmo tempo a verdadeira sensibilidade de um amante, um apaixonado. Cuidou-se dela, e ela dele. Mesmo com a diferença de idade, fizeram um belo papel. E Acredito, sim, que Marion desempenhou grande papel para que Hearst voltasse aos seus verdadeiros princípios, aos naturais e tenros momentos de felicidade.
Hearst só não foi um inseto por que transformou todos os seus medos em castelos de luxo, os quais escondem destas críticas qualquer enfermidade mental. Foi um fantasma, engolindo suas lamúrias e beijando sua eterna solidão.


Orson Welles
A Semelhante perfeição àquela Imagem do Poder

O menino gênio, prodígio, desde sempre afirmado, aceito como pequeno sucesso. Welles foi grandioso e genioso, ao contrário de Hearst ao mesmo tempo que vestido de uma vida semelhante. Aos 76 anos do velho magnata, Welles vivia o auge do seu sucesso, aos 24.
Welles não sentia medo da aceitação negativa. Fazia o que podia, ao tempo que tinha e, muitas vezes, nem o tinha. Também Produtor de peças de teatro, desafiou a burguesa classe americana e o pútrido racismo, regendo uma apresentação da peça Machbeth, de Shakespeare. Com sucesso, apoiou idéias e ideais baseadas em constante afirmação genialidade. A vida tomou rumos diferentes depois de ser escalado a representar Hearst, em “Cidadão Kane”. Desafiar o poder, com a ARTE enfrentar o DINHEIRO, a supremacia, é a maior inteligência enrustida em suma ignorância. Um aparente valente cobrindo um tenro covarde. Depois disso, Welles lamenta por ter de ter assistido a arte esvanecer diante da política, dos órgãos predominantes, e ter sido escravo disso. Enquanto produtor de sucesso, usado pelo poder maior para entreter o menor. Logo destruído por Hearst, trabalhou mediocremente e eternamente oprimido pelo seu próprio arrependimento.

Não se usa a arte, algo tão grandioso, para enfrentar o lamentável e limitado capitalismo. A isto, usa-se a própria preeminência: a Sabedoria, O Silêncio.

De: Paula Borges de Morais