segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Capacidade de Enxergar

Enquanto o mundo lá fora briga por um pedaço de papel, minha capacidade e intuição estão passando por aprimoramentos, e a mente vai deixando de acreditar em conceito comum. A minha vida está tomando forma, tão rapidamente quanto passa o tempo quando estou com meu grande amor.
Algumas pessoas que não amam chegam a acreditar piamente que ele não resolve os problemas, mesmo por ser algo não palpável, e jamais conseguir ajustar normalidades em um plano material. Outras pessoas passam a vida carregando problemas nas costas, procurando o amor justamente para que tenha então seus problemas resolvidos. O fato de Amar não elimina problemas cotidianos ou doenças crônicas, o que modifica é a sua maneira de encarar tudo isso.

O amor é como uma grande bolsa vermelha que trás itens essênciais dentro dela. Um desses itens é o Positivismo. Depois que eu recebi na porta da minha casa essa bolsa, nenhum dos meus problemas com o meu trabalho ou o cansaço físico foram eliminados, mas não há mais o Cansaço Mental. Esse cansaço faz com que o peso dos problemas se multipliquem e a solução para eles seja várias vezes mais difíceis.
Outro item dessa grande bolsa é a Alegria e a Sensibilidade. Nos trás então a capacidade de facilmente sorrir, sentir e contemplar tudo o que nos é apresentado. Além disso, querer que a outra pessoa passe a participar do seu mundo para que então nada mais esteja dividido, tornando-se cúmplices de um único universo.

As pessoas não perdem o valor, mas sim suas opiniões críticas o perdem. Quando está junto de alguém que a tanto se deseja o bem, o mundo e suas promiscuidades ficam por alguns momentos esquecidos. Você é então tomado por uma paz que esteve sempre esperando que você a atingisse, mas nunca teve tempo nem inspiração para tal. A terra e o pó passam a não incomodar mais as roupas brancas, a mancha do sorvete na roupa já não causa mais desconforto. Os olhos enxergam um verde tão vivo quanto você, e a natureza nua e crua passa a ser o conforto da nossa casa. Ainda que o tempo passe e que todas as pessoas de relógios nos pulsos passem ao teu lado, você não sente vontade de pedir as horas pois não lembra que elas existem. Entenderá então que o tempo que passa não corre contra vocês e sim a favor de que se amem a cada segundo mais.

No passar o tempo, também brinca com os bambus o vento. Esse que nos faz sentir vivos nesse limite de tempo.
Mesmo que nem sempre necessária a presença de quem se ama, pois entende-se que a vida nos trás compromissos além se sermos apaixonados, sentirá então, mediante essa distância, a presença de um ser humano de um mesmo espírito.
Quando é moldado e compartilhado um universo entre duas pessoas, é subliminar a presença constante mesmo que o corpo não se faça ao teu lado. O amor é o sentimento mais secreto, visto que quem não sente dará a vida por querer sentir e entender; e quem sente se vê preso às limitações humanas nessa falta de palavras certas para explicá-lo ao resto do mundo. Por isso, jamais será entendido, se não sentido.
O “Sentir” é fruto de uma alma completa, repleta de discernimentos; uma alma que foge da Lógica e da Razão. Se nesse mundo que está coberto por cidades que abrigam milhões de pessoas, você ter a chance de encontrar uma que alma que “sinta” o Todo como você mesmo o faz, que entenda a você dentro de todas essas suas ligações nervosas e sentimentais, alguém capte essa infinita produção se pensamento, este será o dia em que a luz brilhará num tempo talvez cósmico e infinito onde apenas sua alma até ele poderá viajar. Este será o dia que você encontrará a sua Alma Gêmea.

Muitas pessoas não acreditam em almas que se combinem, por que essas não têm a quê combinar, e nem um sentido para que sua vida esteja muito além do que apenas gastar, comprar e ganhar. O mundo habitual dessas estradas, vilas e cidades afora, essas luzes e outdoors, propagandas e emaranhados do consumo, é o primeiro quesito que perde o sentido quando sua alma se toma pelo “Sentir”. Se quem você tem contigo concorda com seu pensamento fielmente, sem forçar mentiras, que então a sua alma combina com a de outrem, o sentimento mútuo então se torna fonte na sustentação a sua alma, e sentidos sobrenaturais iniciam a agir dentro de sua consciência, tomando o espaço de todas aquelas atitudes comuns e mecânicas de antigamente; agora então tudo o que se quer é fazer o bem, e estar.

O “compartilhar sentimentos” e a forma de respeito entre você e quem se ama torna-se então a sua base de sobrevivência. Mesmo que sua alma peça para que seja racional, usa-se então a capacidade de racionalidade sobre o principal assunto Emotivo... Não há como fugir do sentir-se apaixonado, mesmo que se procure nas entrelinhas algum sentimento do passado onde ainda não havia descoberto o Amor; mas é e será sempre em vão.
Compartilhará também a sua forma de ver o mundo que todos vêem, mas nem sempre enxergam. A capacidade de sentir algo vivo, mesmo que para o resto do mundo é estático.

Permitir-se a elevar a alma na presença dessa pessoa, e juntos transcender o parâmetro comum da existência terrena... Pois amar é querer até compartilhar o sentimento que te faz alegre e se entregar em suas palavras a ele em uma sutil explicação, para que ele também se sinta como você, em plenitude.
A natureza lá fora é a principal alada do Amor. Estar em contato com o verde das nossas matas e o colorido dos bosques é como deixar fluir o sentimento de contemplação mútua. As nossas espécies de plantas, frutos e flores tem poder infinito sobre nosso ser, muito mais profundo do que nossa pele, mas muito além de nossos ossos. Poucas pessoas no mundo se sentem como almas e esquecem das dependências físicas sobre o consumo do material. Quando você é uma dessas pessoas e se sente abraçado por uma semelhante, é como ser grande o suficiente para abraçar o mundo e poder enxergar o segredo do que existe por detrás dessa imensidão escura chamada Universo. Segredos do próprio corpo e mente então são revelados, mesmo que não explicados fielmente por uma certa incapacidade. Você aprende então a aceitar que não faz mais parte do mundo dos humanos e tampouco tem palavras que os façam entenderem algo que para eles não existe. Enquanto as pessoas continuam assumindo suas vidas e correndo atrás de sustento ao corpo e ao vício, você consente que o sentimento de vocês dois não cabe ao resto do mundo compreender. Eles continuam lá fora, e você, confortável no calor do peito de um amor, Fecha as cortinas e adormece em paz.
Do amor então se brotam sentimentos de todas as naturezas, aquelas positivas e benéficas. O ciúme é sim presente, mas controlado. Como se dentro dessa mesma bolsa vermelha, você pudesse também encontrar a balança que lhe desse a verdadeira e correta medida a todo e qualquer “sentir”.
Ainda que elevados sobre o sentimento do amor, ainda estamos presos a sermos Humanos, por isso Errar é comum e deve ser aceito por ambos os lados. Aceitar o atraso, a palavra mal dita ou os atos mal treinados. Você será errante e pecador para completamente tudo enquanto respirar a respeitar um pulmão, tiver coração, cérebro e sistema respiratório. Se souberes que erra, saberás então que o seu amor terá o direito de errar.

O amor é um cosmético para a pele, um remédio para o mal estar, daqueles que acabam com a dor pela raiz. O amor é como os óculos do míope, a capa de chuva em uma garoa, o protetor solar para o rosto que não pode com raios UV.
O amor é a cura da tristeza, da solidão mórbida. O preenchimento do vazio, dos dias frios de chuva que um cobertor não é suficiente. O amor é o encosto para as costas, o beijo no pescoço quando solicitado ou aquele inesperado. É o sorriso em resposta, o abraço apertado que dá o ombro vestido de uma camisa de algodão para que limpem suas lágrimas. É o ouvido que ouve suas lamúrias e seus gostos excêntricos sobre cores ou comidas. A pele pronta a receber um beliscão quando está possuído de inconformismo, a boca pronta para dizer “Estarei sempre aqui”.

Dentre uma infinidade de explicações, um dia você perceberá que o amor é, principalmente, a Base da sua Sobrevivência. Sem ele, você vive sem saber que está na verdade morto.

Paula Borges de Morais