domingo, 6 de setembro de 2009

A virtude; Lágrima

Tenho o direito, como todos os seres humanos, de permanecer em silencio quando tenho dor no meu peito. Tenho o direito de chorar, quando transpiro da mórbida tristeza a exacerbada felicidade.
A lágrima é meu tema nessa noite de independência.
Independência para nossa sensibilidade!
Digo, e disse muito com orgulho, quem chora pelo sentimento é um artista. Quem chora, aceita a dor, e a grita.
Quando a garganta começa a apertar, os olhos começam a se fechar. Estamos nesse mundo, vagando pelas ruas buscando desesperadamente soluções para sobrevivência.
Para aqueles que tanto choram o desespero de ter que engolir sua personalidade, deixar de amar com vontade, gritando poemas ao luar, a fim de se alimentar de um regime capitalista...
Chore, pois você é artista.
Chore artista, meu irmão, por que você tem o direito de existir.

É fato nascer, viver e morrer. Mas haverá aquele que nascerá com um órgão a mais, que não conformará seu coração a viver alimentando-se de fato. Haverá aquele considerado menor, aberração e sem importância no Brasil do Futebol.
Independência às nossas próprias almas. Mídia! Liberte os nossos brasileiros. Aos grandes: independência aos mortos!
Ensinem nosso povo a chorar pela fome da África, não pelo resultado do Futebol.
Ensinem nosso povo a chorar pela falta de compaixão, não por Jackson.
Ensinem nosso povo a chorar pela natureza, pela Amazônia! Não pelo consumo.

Me chamo Vida, sou viva, e quero Estar. Quero fazer, e também quero chorar para sentir Intensidade. Mas choro por um motivo, e esse motivo me trás luz. Estou nascendo e me descobrindo. Até que me descubra, que venham mil lágrimas ao meu travesseiro. Que venha então o meu amor me afagar, por que também derramo lágrimas sentindo sua falta.
São dias de cultivo. Chegamos, desde nossos índios manipulados, até hoje, levantando altíssimo o nosso grito de Independência. Sejamos então livres, mas saibamos o que significa liberdade.
Notemos então, queridos, que não fomos livres na historia no meu país, nem tampouco somos ou seremos.
Alguém nos disse que estaríamos livres, e nossa mente feliz acredita, e, cega, iludida. Não seríamos livres se então quiséssemos contestar, nem sonhar com a ausência adjetiva do dinheiro. Livre-me desses porcos, quero Independência!
Independência daqueles que, mercenários do dinheiro, acreditam em suas tramas, em seu poder de escolha. Não tem escolha, é escravo! Escravo de seu invento, determinado a prisão perpétua ao dinheiro, esse.

Antes de que lágrimas caiam pelas vitimas iludidas do dinheiro, morre minha alma; caçada liberada às focas e leões marinhos. Morre minha alma a captura das barbatanas de tubarões. Morro. O único poder que ainda tenho em mãos é Lamentar.
Lamento, no meu colo um rio de lágrimas, o meu mundo colorido desvalorizado.
Que eu seja mais egoísta, também lágrimas aos meus momentos de solidão a banho Música Clássica. Ah! Vovó Soledád Moraes, o quê diria aquela mais bela e admirável índia, do infinito de onde esteja, de toda a podridão com o homem ao pódio em 2009?
Finalizaremos 2009 com mesmos problemas, então Artista, ao mundo exclame sua vida em desespero, mesmo que em lástimas calmas.
Escondo-me ao quarto de minha mãe e choro o tempo que nem me dá o tempo para chorar sem perder tempo.
Choro o meu erro, por não saber por onde anda a verdadeira vida.
Choro as minhas escolhas, falta de maturidade.
Choro, queridas flores e frutas, a ausência do seu valor aos olhos deles. Choro pelo mundo, pois está declarada a guerra contra as suas belezas naturais.

É o fim do universo. Vamos a tudo desmatar, a tecnologia dominar. A ferro e vidro enfeitar os jardins do 1% in natura.
Viva a independência do homem. Deram a oportunidade às mãos de pecadores, a arma às mãos do ladrão, e o dinheiro às mãos de Miseráveis.
Somos inferiores ao nosso panda chinês, o Urso de Bengala, e a Arara Azul. Nossa independência fez dos piores e degradantes seres humanos, os mais poderosos e destemidos reis.
Livres?! Você precisa sempre obedecer. Não interessa a quem, mas sempre haverá alguém muito maior.

Chorem, artistas. Não se pode comprar sensibilidade, é tempo de salvar nossas vidas do verdadeiro colapso da evolução. Use-a!
Paula Morais