quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Uma Resposta da Natureza

Os dias mais lindos e as noites mais inspiradoras estão acontecendo depois de que comecei e pensar em desistir de tudo. É como se a natureza estivesse ocupando-se a dar respostas... Subliminares não, óbvias... algo que dissesse "Não vá, olhe para mim!"

O cabo da bateria do meu computador arrebentou, e ontem fui atrás de assistência técnica a algumas quadras de casa. A Aline foi comigo.

Como antes de ontem, o dia estava notável, eu não conseguia parar de admirá-lo em silencio. A correria das pessoas pelas ruas da cidade era a mesma, mas para mim, encarar aquele céu era novidade.

Na volta, pegamos uma rua que tinha saída para a avenida atlântica, ao mar. Uma quadra antes, eu me senti no Caribe...

A lua branca desenhava sua áurea e pintava no mar o seu brilho. Impressionante e de tirar o fôlego, a paisagem no terceiro plano seguia de coqueiros e as luzes da praça antes da areia, com o infinito azul escuro e celestial do mar. Tirei meu celular da bolsa e comecei a filmar como se nunca tivesse visto a lua.

Tiramos os calçados e cumprimentados a areia soltinha, já seca pela chuva que já não aparecia a dias... Então notamos o brilho do luar que nos acompanhava, sempre linear em nossa direção, a cada passo que dávamos, o reflexo da lua nos abençoava.

São esses momentos em contato com a natureza que descubro mais sobre mim, e minhas ligações com o mundo. Talvez essa fase seja muito romântica, de certa forma as vezes deixo de pensar que seja apenas uma fase.

A tendência da vida é vir a melhorar, nos tornarmos maiores, e isso tem maravilhado minha percepção. Nada que palavras possam transcrever sobre o majestoso sentimento de ontem a noite...

É fato de que precisamos de pessoas pra viver, como sempre digo, mas é sozinho que aprendes o quanto é capaz, o quando você é Humano.

Muitas vezes eu fico a pensar que devo mostrar ao mundo o quando é bonito viver assim, sonhando e sentindo cada segundo e objeto natural. Noutras, eu me reviro do avesso e escondo as aparentes experiências; falo em enigmas, fecho portas.

Não esperei, nunca, que pessoas me dessem respostas sobre a denominação de um solo chamado Terra, uma atmosfera, depois dela, estrelas, satélites, planetas. Muitos acham que sabem, outros tem a certeza de que sabem. Mas eu não sei, não vi nada.

Só sei que essas perguntas novamente vieram a mim mesma, em minha mente solitária. Mesmo de tão longe, a luz da Lua conseguia refletir no mar, tão claramente poderosa...

É um enigma que se torna mais mágico por ninguém saber definir logicamente... o brilho, perspectiva, planos, cores... qual a ciência que explica a arte de um ser superior?

E os dias de sol continuam, e uma nova noite de Lua Cheia.

O verão já não está tão longe, e ainda tenho tempo de aprender a respeitar o frio do inverno, o presente que faz valorizar mais aqueles dias quentes...


Estou indo para minha casa amanhã pela tarde, ligar o cabo na tomada, por que essa máquina definitivamente acabou com a bateria...


Essa noite não consegui dormir, sonhando acordada com dias melhores, dias de artista. Tinha salvo no meu computador uma imagem de uma criança em preto e branco e imaginei-me nitidamente a pintando em uma tela pequena... então houve o momento do “quem compraria? Aonde colocariam o quadro?”... O erro de esperar reconhecimento acima de almejar o próprio progresso.

Talvez hoje eu pareça mais serena... talvez.

...Uma caridade que fiz a dois dias me encheu de luz no momento, mas ontem vi a pessoa que ajudei usando drogas, e ali, algo em mim morreu. Não esperava que se salvasse pelo dinheiro que a dei... apenas vi que como humanos somos fracos se não estudarmos nossos limites e descobrirmos em nós forças. Teríamos coragem ou interesse de estudarmo-nos se morássemos na rua? Teríamos capacidade de pensar, com a certeza de que não se come há dias?

Não culpemos nossos seres humanos, estamos longe de sermos perfeitos.


...A perfeição é o inexplicável existente diante aos olhos.


Paula Morais